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O trabalho Ser ou não ser cão, eis a questão de Cintia Bach está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.

terça-feira, 22 de março de 2016

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Cachorros Literários


Sinopse


Essa história possui algumas metáforas sobre espiritualidade, onde uma delas é buscar sua própria natureza: Sophia é uma cachorrinha muito esperta, mimada por sua dona, a protetora de animais Meg, que divide a casa com sua irmã Rita. A irmã de Meg desenvolve o dom de conversar com os animais por telepatia, após adquirir o hábito de fazer meditação. Por conviver apenas com humanos e conhecer o mundo apenas pela TV, Sophia pensa que é uma garotinha e odeia comer uma comida que ela nem imagina ser ração de cachorro. A rotina da casa é quebrada quando Meg resgata um velho Cocker que foi atropelado. O velho cão percebe que Sophia sofre uma crise de identidade e tenta ajudá-la a enxergar a realidade. Sophia, porém, cria resistência para aceitar os fatos ficando ofendida com o velhote, mas ao longo de várias surpresas e mudanças em seu lar cai na realidade e decide com a ajuda de sua tia Rita, a descobrir uma mágica para virar humana e descobre a "Lei da atração".



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quarta-feira, 9 de setembro de 2015

O abandono de animais aumenta os riscos de transmissão de doenças




O Centro de Controle de Zoonoses das prefeituras e as ONGs não têm espaço suficiente para abrigar tanto animal que é abandonado nas ruas das cidades brasileiras. Segundo a Organização Mundial da Saúde, há cerca de 30 milhões de animais abandonados no Brasil. Além do sofrimento dos bichinhos, o abandono também é um problema de saúde pública, pois as pessoas correm o risco de contrair doenças. As crianças que moram em periferias e que geralmente brincam nas ruas estão mais suscetíveis a doenças causadas por animais doentes abandonados, inclusive a Raiva.
Eu não sei o que seria de nós se não existissem as ONGs e os protetores de animais! 
Esta reportagem mostra bem o que pode acontecer no futuro de muitas cidades se os governos e prefeituras não tomarem medidas drásticas no controle de animais abandonados.







segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Capítulo 1 - Casa das irmãs Meg e Rita







Meg enche um pratinho com ração de cachorro e coloca no chão. Sua cachorrinha Sophia cheira o prato, mas não come. Dá meia-volta e sai, indo em direção ao sofá da sala. A TV está ligada. Sophia sobe no sofá e fica vendo TV.

Sophia: Não sei por que minha mãe insiste em me dar essa “gororoba” pra comer. Isso parece comida de cachorro. Ai, credo! Não aguento mais comer isso. Só porque tem vitaminas e não sei mais o que, ela insiste em colocar isso no meu prato. Argh! Eu quero é carne! Só vou comer se tiver carne!

Meg: Sophia! Você tem que papar seu “papazinho”!
Sophia: “Papar papazinho” é redundância! E não vou papar essa coisa! Isso não é comida de gente! Olhe pra mim: sou uma garotinha! (Batendo as patas). Quero “comida de criança”!

Meg: (Olhando pra sua irmã Rita): Ai, que droga! Já mudei a ração umas três ou quatro vezes, mas ela só come se eu misturar carne!

Rita: Você a acostumou mal. Mas tem um jeito. Vale a pena se comprar aquela ração mais cara, pois a maioria dos cães adora, ela aumenta a saciedade, rende mais e é mais nutritiva.

Sophia: Acostumou-me mal?! Como pode falar isso? Vocês duas comem um monte de coisas cheirosas e suculentas e nem me oferecem! Só como as migalhas que caem no chão! Ai que humilhação! Meu Deus! Em que ponto cheguei por querer um pouco de comida normal! O pior é que vocês me enfiam essa comida até no café da manhã! Sou obrigada a comer isso fazendo de conta que é meu cereal matinal. Ai que vida!

Capítulo 2 - Café da manhã




Rita prepara o café da manhã e coloca sobre a mesa o pão, a leiteira, o bule com o café, queijo e duas xícaras. Sophia fica em pé, colocando as duas patas em cima da mesa.

Sophia: Hei tia! Ta faltando uma xícara! Também quero tomar café com leite!
Rita: (Olhando feio pra Sophia). Sophia! Sai daí !

Sophia:  (Olhando para Meg com olhar penoso). Mãe, cê num vai me dar uma xícara de leite com café ?
Meg: Ai, meu “bicinho”! Num pode por as patinhas na mesa. Senta no chão que a mamãe vai colocar leitinho no seu pratinho.
Sophia:  Ah! Não! Por que ninguém me entende nessa casa? Ela vai colocar leite no prato! Aposto que é pra botar aquela “gororoba” junto. Quer apostar quanto que ela pensa que aquilo é cereal? Qualquer hora eu enfio uma colherada dessa comida na boca delas! Só assim pra sentirem como é horrível!

Meg coloca o pratinho de Sophia no  chão e o enche com leite morno. A cachorrinha sente o cheiro do leite e começa a bebê-lo, fazendo um enorme barulho. Em poucos segundos o prato fica vazio e ela começa lambe-lo. Quando acaba, olha para a mamãe. Meg  começa a rir quando percebe que seus bigodes ficaram brancos por causa do leite.

Meg: Amoleco da mamãe! Ficou com os bigodinhos sujinhos. Que coisa mais fofa! Vem cá pra mamãe limpar. (Limpa os bigodes de Sofia).

Sophia:  (Suspirando). Pelo menos tenho uma mãe carinhosa. Apesar dela não entender uma palavra do que falo, mas  sabe quando tenho frio, fome e quando preciso de carinho.



Capítulo 3 - Cidade agitada




Meg volta do trabalho. Desce do ônibus e espera o farol abrir para atravessar a rua. De repente avista um Cocker preto no meio da avenida movimentada e um carro indo em sua direção. O Cocker é atingido e grita de dor. Em seguida, surge um ônibus e Meg, desesperada, corre no meio da avenida e pega o cachorro no colo, levando-o até a calçada. O tal ônibus estaciona e uma moça desce correndo e se dirige a Meg.

Moça: Ele se machucou?

Meg: Foi atropelado por um carro. Aparentemente está bem, mas pode ter sofrido uma fratura. Tenho que achar um veterinário.

Moça: Desculpe. Como é o seu nome?

Meg: Pode me chamar de Meg.

Moça: Muito prazer, Meg. Você é muito corajosa! Eu estava dentro do ônibus e vi quando salvou o cachorrinho . O meu nome é Maria.

Meg: Muito prazer, Maria. Eu não poderia ver um bichinho desse ser atropelado na minha frente e não fazer nada.

Maria: Meu marido está naquele carro. (Aponta para um carro parado próximo à elas). Vou pedir a ele uma carona pra você levar o cachorrinho ao veterinário.

Meg: Se ele não quiser ir, eu ligo pra minha irmã vir pegar a gente.

Maria: Ele vai sim. Não se preocupe.

As duas chegam perto do carro. A porta se abre e surge o marido da moça.

Maria: Bem, essa moça acabou de salvar a vida do cachorrinho.

Marido: Eu sei, vi tudo. Já estava aqui te esperando quando o cachorro foi atropelado.

Maria: O Cocker precisa de um veterinário, pois não sabemos se sofreu alguma fratura.

Marido: Vamos tentar achar algum de plantão, mas a essa hora é difícil achar clínica aberta.

Elas entram no carro que em seguida se desloca pela avenida.

Enquanto isso, na casa de Meg, Sophia observa o movimento da rua, sentada em frente ao portão. Estica o focinho e mexe as narinas para farejar o cheiro de sua mãe no ar.


Sophia:  Minha mãe está demorando... Nem cheiro dela. Ainda está longe daqui. Não estou gostando nada disso!

Capítulo 4 – Um hóspede inesperado




O marido de Maria estaciona o carro em frente a casa de Meg. Ela desce e pega o Cocker no colo. Maria desce também para ajuda-la.

Maria: Pena que não tem nenhuma clínica veterinária aberta nessa região.

Meg: Mas ele está bem. Veja, está só mancando um pouco. Amanhã peço pra minha irmã levar ele ao veterinário.

Maria: (Sussurrando). Vou tentar convencer meu marido a ficar com ele, caso você não ache o dono. Sou louca por um Cocker! Você já tem uma cachorrinha, né?! Sei como um cãozinho dá trabalho. Imagine dois!

Meg: É verdade. Vou tentar achar o dono primeiro, pois todo animal de estimação sente muita falta do dono. Tenho que tirar foto dele, fazer um cartaz e distribuir próximo de onde foi encontrado.

Maria: Boa ideia! Bem... Boa sorte com o cãozinho. Depois me liga pra dizer como ele está!

Meg: Pode deixar que eu ligo sim, Maria. Muito obrigada! (Acenando para o marido de Maria). Paulo, muito obrigada e desculpe o incomodo.

Paulo: Não foi nada. Boa noite!

Sophia ouve a voz de sua mãe e em seguida fica passada ao vê-la segurando um cãozinho no colo.

Sophia:  Não pode ser! Minha mãe arranjou outro bebê! Buaaaaa! Mas eu ainda sou pequenininha! Ainda sou uma criança! Uma criança carente! Agora vou perder meu colo!  Buaaaa!

Meg: (Olhando para Sophia). Oh! Meu amor! Não precisa chorar! Tadinho. Ele tá dodói. Já, já a mamãe brinca com você. Deixa só eu arrumar um cantinho pro “Dodói”

Rita chega logo depois.

Rita: De quem é esse cachorro?!

Meg: Ele foi atropelado, Rita. Por favor, coloca a Sophia lá dentro, pois o Cocker tá cheio de carrapato e sarna.

Rita: Ai, credo!

Rita leva Sophia para dentro de casa e fecha as portas, deixando apenas o vitrô da sala aberto. Sophia sobe no sofá para poder ver o Dodói através do vitrô que dá para o quintal dos fundos. Dodói come ração e bebe a água. Depois anda pelo quintal  e faz coco no chão.

Sophia:  (Latindo para o Dodói). Seu cagão! Não sabe nem fazer as necessidades em cima do jornal! Cão sarnento! Volta pra sua casa! Aqui é meu território! E aquela é minha mãe!

Dodói: (Com voz tremula de velho). Você não tem piedade de um pobre velho ferido e perdido? Ah! Os jovens de hoje não respeitam mais os idosos.

Sophia: (Surpresa). Nossa! Desculpe! Não havia reparado que o senhor é idoso. Pensei que fosse um garotinho no colo da minha mãe. Eu ainda sou criança e não quero perder meu colo.

Dodói: Ah! Percebi que você é criança. Se quiser um vovô estou ao seu dispor. Sempre fui louco pra ter netos, mas não me chame de senhor. Pode me chamar de vovô Wilber.

Sofia: Está bem vovô Wilber. O meu nome é Sophia, mas o que aconteceu?

Wilber: Meu pai saiu de casa pra ir encontrar sua namorada Carla. Só que eu tenho um tio malvado que aproveitou que fiquei sozinho, colocou a coleira em meu pescoço; no início fiquei contente pensando que ele ia me levar pra dar uma volta, mas depois ele me colocou num carro, foi para um lugar que eu nunca tinha ido e me largou no meio do mato. Eu já sou velho. Tenho catarata nos dois olhos e estou meio surdo. Meu faro também já não é tão bom como o de um jovem. Por isso, fiquei perdido, andando pelas ruas tentando achar minha casa.

Sophia:  (Chorando). Buaaaa! Que história triste!

Meg: Sophia, pare de chorar ! (Diz Meg sorrindo). Mas que ciumenta!

Sophia:  Não sou ciumenta! Tô chorando porque me comovi com a história do vovô Wilber. (Olha para Wilber). Não liga não. Minha mãe não entende nada do que eu falo.

Wilber: Isso é natural. Os humanos não podem entender a gente.

Sophia:  Por que você fala desse modo? Até parece que nós somos ETs!

Wilber:  Xi! Já vi casos iguais ao seu. Você acha que é gente, não é?

Sophia:  Como? Ce tá me ofendendo com essa brincadeira! Pare com isso!

Wilber: Ai, meu Deus! Mais um da minha espécie com crise de identidade! Menina escute bem: sei que não vai gostar do que vou lhe dizer, mas é para seu próprio bem. Você não percebeu ainda porque deve ser tratada como uma criança nessa casa e também convive mais com as pessoas do que com os seres da sua espécie. Mas, sinto em lhe informar que eu e você somos cachorros.

Sophia:  Ah! Ah! Ah! Você ficou maluco?

Wilber: Não. Não estou maluco e nem gagá.

Sophia:  Deve ter sido a pancada então. Que absurdo!

Wilber: A pancada não afetou minha cabeça, apenas minha pata. Raciocine comigo: por que sua mãe não entende nada do que você fala? Ela não entendeu também nada do que eu disse a você. Pode reparar. Ela continua me chamando de Dodói.

Sophia:  Você está tentando me deixar maluca, seu velho gagá!

Wilber: Só estou querendo te ajudar, sua chata!

Meg: (Olhando para Sophia e Wilber latindo). Ai, meu Deus! Parem de brigar vocês dois! Não pode ficar latindo essa hora da noite, incomodando os vizinhos! (Pegou Wilber no colo e o levou para o sótão).

Wilber: (Olhando para trás e gritando de longe). Viu só? Ela disse latindooooo!

Sophia  deitou, mas não conseguiu dormir, pois aquela palavra ficou martelando na sua mente a noite inteira como um eco: “latindoooo”!


Sophia:  Ai meu Deus! Estou confusa. Quero acordar desse pesadelo!

Os Dez Mandamentos da Posse Responsável de Cães e Gatos[1]





1.      Antes de adquirir um animal, considere que seu tempo médio de vida é de 12 anos. Pergunte a sua família se todos estão de acordo, se possui recursos necessários para mantê-lo e verifique quem cuidará dele nas férias ou feriados prolongados.




2.      Dê preferência para animais de abrigos públicos ou privados (castrados e vacinados) antes de comprar por impulso.




3.      Informe-se sobre as características e necessidades da espécie escolhida, tais como tamanho, peculiaridades, espaço físico, etc.




4.      Mantenha seu animal sempre dentro de casa, jamais solto na rua. Passeios são fundamentais, mas apenas com coleira e guia, e conduzido por alguém que possa contê-lo.




5.      Cuide da saúde física de seu animal. Forneça abrigo, alimento, vacinas e leve-o regularmente ao veterinário. Dê banho, escove-o e exercite-o regularmente.


6.      Zele pela saúde psicológica do animal. Dê atenção, carinho e ambiente adequado a ele.


7.      Eduque seu animal, se necessário, por meio de adestramento, mas respeitando suas características.


8.      Recolha e jogue os dejetos em local apropriado.

9.       Identifique-o com plaqueta e registre-o no Centro de Controle de Zoonoses ou similar, se informando sobre a legislação do local.


10.    Evite as crias indesejadas de cães e gatos. Castre os machos e fêmeas. A castração é a única medida definitiva no controle da procriação e não tem contra indicações.

  

De acordo com o Manual de posse responsável de animais de estimação da Prefeitura de São Paulo com relação a abandono de animais:

  

“Procure conhecer o comportamento da espécie que você escolheu. Isso possibilitará um melhor convívio doméstico e evitar situações de abandono. Cães e gatos abandonados podem causar doenças tanto para o homem quanto para o animal”[2].



[1]A Associação Humanitária de Proteção e Bem-Estar Animal ARCA Brasil
[2]http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/manual_posse_responsavel_1254745733.pdf







A Sophia se adiantou em preparar sua bolinha para o haloween kkk